quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A vida, como ela é, né?

Eu tenho pensado (um péssimo hábito adquirido há anos) muito na vida e suas esquisitices.

Como alguns fatos podem mudar tanto a vida de uns e ser totalmente insignificante para outros.

Vou dar dois exemplos para ilustrar, o primeiro foi minha mudança para cá e a bizarra diferença cultural, o segundo foi a compra de um travesseiro novo. É... a mudança não terá um leitor que não concorde comigo, mas já a troca de travesseiro pode parece muito banal para alguns. Para alguns, pois acredite, que me gerou problemas realmente dolorosos, acarretanto uma semana de trabalho mal feito.

Mas não é esse o ponto central do post, comentarei sobre uma estória que ouvi hoje de uma paciente. Que se relaciona a esse pensamento.

Seu vizinho, um menino de 14 anos é muito traquilo. Tranquilo até demais para os padrões atuais. Os pais e as irmãs trabalham e ele até cuida de casa. Não fica de papo na rua. Não gosta de farra. Nunca o vi, mas pela descrição é muito timido e complexado, já que tem 7 graus de miopia, usa aparelho e é muuuito magrinho. Deu para vizualisar, né?

Porém, no geral, o menino não aparenta nenhum tipo de problema. Não é (aparentemente) triste. Não tem nenhuma anormalidade além das que normalmente os adolescentes tem.

E ontem ele simplesmente saiu de casa e não voltou. Se arrumou, saiu do seu bairro e sumiu.
Ninguém entendeu. Todos o procuraram. Porém, hoje ele voltou sozinho e disse que tinha passado a noite dormindo na porta da igreja de outro bairro.

Ai que vem, o meu pensamento. De repente eu passei por ele. E se passei aposto que pensei que o menino estava esperando a namoradinha. Ai pensei como era bom quando eu era romântica. Ai pensei como é gostoso essa fase... ai pensei mil coisas. Mil coisas ABSOLUTAMENTE NADA A VER!

O menino estava (por causas ainda desconhecidas) sofrendo. Perdido. Sabe quando a gente pensa em "sumir"? Pois é, acho que o pensamento dele foi esse. E como não tinha possibilidade, ele apenas deu um tempo da forma como conseguiu.

Nem sempre as coisas são como aparentam, isso é uma grande verdade. E a mente humana não para... assim como a vida e seus mistérios.

5 comentários:

Belita disse...

Talvez não tenha relação com a situação dele, mas as vezes tenho uma vontade louca de ficar sozinha, num praça só vendo o povo passar, sozinha meeesmo, sem ninguém conhecido por perto, pensando na vida.

É incrível como existem casos assim por aí e a própria família nem enxerga o que está acontecendo... bom, mas eu só tô falando mais do mesmo, né? E a gnt poderia passar hor4as falando dessas coisas...

Bjinhos!

Diana Bitten disse...

É Bel, isso é um papo que rende muito!

Devido a isso eu nem consegui postar da maneira como passa pela minah mente, pois chega um ponto que as idéias ficam um pouco confusas, penso em mim, no mundo, no individual, na crise, no sistema, na cultura... rsrs

Deu para entender né?

Bjo e pbrigada pela visita.

Laura disse...

Acho que essa necessidade por solidão momentária é inerente a todo humano, não? Todo mundo sente uma vontade de sumir, de estar sozinho e pensar.

Aliás, super normal você divagar sobre tudo e nada ao mesmo tempo, todos somos assim, ou pelo menos, eu sou assim.

Diana Bitten disse...

Laura, infelizmente não sei se todos divagam, acredito que tem faltado pessoas pensando sobre a vida no mundo...

Vc é assim. De repente por isso sou sua amiga, né?

Unknown disse...

Eu fiquei comovida com o estilo de vida do garoto, senti muita pena. Não que ele tenha uma vida ruim, sei lá... eu também sempre fui muito "caseira" mas na adolescencia eu tinha um complexo de inferioridade muito grande, acho que viver assim e ver a vida de outras pessoas como é diferente, imagino se ele se sente bem com a vida que leva. O chato é que a família foi pega de surpresa, ele não se abriu com ninguém, só Deus sabe o que se passou na cabeça dele, um milhão de coisas... Tomara que depois disso o diálogo em casa tenha começado a fluir...
Mais um momento de reflexão pra eu lembrar de conversar bastante com o meu filho.