domingo, 30 de maio de 2010

Festa sóbria

Estou começando a achar que uma das maiores furadas que pode haver é vc ser a única sóbria de um lugar, como já havia relatado aqui. Ontem aconteceu DE NOVO, porém como a companhia era infinitamente melhor (além de 1) mais civilizada, e 2) mais sóbria), até que eu saí no lucro.

Normalmente eu não sou de descrever minhas saídas aqui no blog, porém, quando ocorre algum evento que chame a atenção, eu acho que vale a a lembrança (vai que eu tomo vergonha na cara e paro de entrar em furada, né?).

Ontem fomos a uma festa que é conhecida por ser boa, principalmente pela bebida ser liberada - importante destacar que isso já não é um bom indício, pois eu nunca na minha vida vi tanta gente pinguça junto quanto nessa cidade. A cerveja estava boa (isso quer dizer que não estava tão choca quanto era esperado), tinha vodka e batidas também (aliás, a de maracujá estava uma delícia), ou seja: fácil para uma pessoa ficar bêbada.

O início da festa teve um atraso de 40 minutos. Ficamos em pé, espremidas (ES-PRE-MI-DAS mesmo, minha bunda estava encostada na barriga da menina de trás e a bunda do menino da minha frente estava na minha barriga; teve uma hora que eu só consegui colocar 1 pé no chão, já que não havia espaço para o outro) durante quase 40 minutos, e quando o portão abriu fomos quase asfixiadas até conseguirmos entrar, no meio do empurra-empurra.

Isso já estressa. Só que, eu estava tendendo mais a ter crise de riso, e foi o que aconteceu.

Bom, espera-se que um DJ saiba e escolher as músicas, não? NÃO. Aturamos mais de 2 horas de funk! Se eu soubesse que era um baile funk nem tinha gasto meu rico dinheirinho. Quando a desgraça acabou entrou uma banda. Aleluia! Não, não pude comemorar por muito tempo, já que, além de ser axé, era um axé mal feito pra caramba, o ritmo atravessado, corrido demais (para dançar vc tinha que estar tremendo como se estivesse tendo uma convulsão), e o cantor muito fraquinho.

Juro para vcs que se tivesse parado ai estava muito bom, porém... conforme o teor alcoólico das pessoas iam aumentando, o nível ia caindo, a ponto de ninguém conseguir andar sem trombar nos outros, ou melhor, praticamente se escorar nos outros.

É um pouco difícil de "ilustrar", mas explicando as "relações interpessoais", irei descrever uma cena que eu VI (isso mesmo, PRESENCIEI). Um rapaz se atracou com uma menina (quando digo se atracou, quero dizer chegou, não se apresentou e saiu beijando como se não houvesse amanhã) e, antes de terminar o segundo ou terceiro beijo, abriu o olho, olhou a próxima vítima, fez sinal com a língua, soltou a menina que ele estava se atracando e partiu para - IMEDIATAMENTE - se atracar com a outra menina que havia respondido o sinalzinho da língua. Isso, no meio de um beijo com uma, ele sinalizou para outra, abandonou a uma e pegou a outra, tudo isso em menos de 2 minutos. A baixaria nesse aspecto é extensa e eu não vou me ater em detalhes típicos de Sodoma e Gomorra (quero deixar claro que não sou puritana).

O chão. O chão é um capítulo a parte. Não seu se onde saiu, mas andar no salão era como se estivéssemos em um mangue. Muito lodo! Quando as pessoas andavam fazia uma onda de lodo no seu pé. Ah, meu scarpin lindo... tadinho.

O banheiro. A palavra para descrever a sensação de entrar no banheiro é desespero. Não há outra. Primeira entrada só estava muito ruim a quantidade de mulheres por cm quadrado, o cheiro e o piso com lodo. Na segunda entrada (que aliás, eu nem realizei, já que voltei da porta) tinha uma mulher vomitando no chão, enquanto as outras passavam literalmente por cima dela, do vômito e do lodo, e outra gritava: "dá refrigerante para ela!!!" (como se fosse parar naquele estômago). E na terceira e última entrada eu entendi o que é o fim do mundo, as mulheres simplesmente desistiram de usar as cabines reservadas, e estavam fazendo xixi em qquer lugar, em pé, de cócoras, na pia. ALGUÉM, PELO AMOR DE DEUS, CONSEGUE IMAGINAR? A cena pior foi quando uma das que estavam de cócoras caiu de bunda no lodo (é eu VI isso).

Depois disso fomos embora, não sem antes passarmos por uma briga na porta.

NOTA DE ESCLARECIMENTO: a festa não foi de baixo nível. Foi no melhor clube da cidade, com pessoas que (teoricamente) tem (como as pessoas chamam?) uma "boa situação".

Das duas uma: ou eu estou ficando velha, ou eu não bebi o suficiente, pois estou chocada com o nível que as pessoas podem chegar até agora.

5 comentários:

Laura disse...

Acho que sempre foi assim mas a gente era mais jovem e sem noção e mais bêbadas também. Essas situações eu vi muito no Rock in Rio.

Diana Bitten disse...

Não. Não. Nem sempre foi assim. Sério, não. O nível da coisa é realmente muito mais baixo do que eu ou vc já vimos, acredite.

Rock in Rio é diferente, graaaande porte, dificuldades na infraestrutura, muitas horas de show... a realidade é outra!

Laura disse...

Tem razão, da próxima vez filma e poe no tubo pra rir da galera doida daí!

Unknown disse...

Faz tempo que eu não comento, mas sempre dou uma passadinha por aqui e nunca me decepciono! Teu blog é muito divertido!
Gente, que fim de mundo é esse! Quando vc reclamava do lugar eu pensei que fosse exagero! rsrs
Diana, quem sabe a gente está ficando "ultrapassada" mesmo? A sujeira que vc descreveu eu tb vi parecida, como disse sua amiga Laura, no Rock in Rio (pelo menos lá a gente sua tanto que, com sorte, não precisa ir ao banheiro - em compensação o cheiro da lama com vários dias de suor acumulado é indescritível), mas a promiscuidade total e sem sentido é algo que não vai entrar na minha cabeça, seja por idade, por princípios... Eu entrei no time das Balzaquianas recentemente (jeito suave de dizer que saí da casa dos vinte, claro) falo isso pois tenho consciência de que sou uma mulher jovem, nao uma velha retrógrada. Sinto pena da geração do meu filho, que já perdeu o romantismo do namoro dos anos 80. Hoje muitos adolescentes ficam, ficam, ficam, quando vc pergunta se é namoro ou não eles nem sabem responder. E fica sempre uma sensação de que as meninas são quem mais perde com essa situação...

Diana Bitten disse...

OLá Vanessita!

OLha, vc não sabe da missa a metade! Eu não exagero em relação a isso aqui, sério!

É... acho que estamos com uns conceitos certos demais para essa atual geração, não? Detesto promiscuidade. Detesto "viva la vida loca".

Obrigada pela visita, obeigada pelo elogio, e mais ainda obriada pela simpatia nos comentários!

Abraços!!