sábado, 15 de maio de 2010

Chorar

Estou lendo um livro estupidamente chato para o Desafio Literário e cheguei em um parte, não tão chata, que o namorado de uma das protagonistas a abandonou e, mesmo ela não gostando tanto dele, ela entrou em uma crise de choro constante por dias.

Ai, pensei em mim. Pasmem, mas a verdade é que eu morro de inveja de quem consegue chorar.

Só ouve UMA situação na minha vida em que eu chorava com um constância enorme, que era quando estava grávida, porém foi só o Filhote vir ao mundo que a choradeira parou instantaneamente. Deviam ser os hormônios e tal...

Fora essa situação específica eu tendo a chorar em mais duas, quando leio e quando vejo filmes. Acho que por isso leio muito. Mas não choro tanto quanto leio, ou seja, não tanto quanto gostaria. Teve um livro especificamente que eu pensei que fosse morrer desidratada (e o pior: era um livro infanto-juvenil que não tinha NADA para chorar), seu título é A Luneta Âmbar, o último da deliciosa trilogia Fronteiras do Universo. Até hoje eu não entendo o motivo do excesso de lágrimas.
“Então Lyra pegou uma daquelas frutinhas vermelhas. Com o coração batendo acelerado, se virou para ele e disse: - Will... E levou a fruta delicadamente até a boca de Will. Ela pôde ver pelo olhar de Will que, imediatamente, havia compreendido o que ela queria fazer, e que estava feliz demais para falar. Os dedos de Lyra ainda estavam nos lábios dele e Will os sentiu tremer, e levantou a mão para segurar os dedos dela ali, e nenhum dos dois conseguia olhar para o outro; estavam confusos, estavam transbordando de felicidade. Como duas mariposas desajeitadamente se esbarrando, sem mais peso que isso, seus lábios se tocaram. Então, antes que soubessem como havia acontecido, estavam abraçados, cada um cegamente apertando o rosto colado no do outro.”

Trecho do livro A Luneta Âmbar- Philip Pullman
Filmes são um problema à parte, eu sou muito sensível a eles. Choro até em desenho animado. Até hoje eu não vejo a parte que o Dumbo está pendurado na tromba de sua mãe, nem quando o pai do Rei Leão morre, e nem quando a mãe do Bambi morre tb (vi uma vez para nunca mais).
Teve uma animação, o último OVA do Rurouni Kenshin, que eu soluçava tanto que ouviam há uns dois quarteirões de onde eu estava. Romances e, principalmente, filmes que os protagonistas se amam e um morre, NOSSA, melhor nem comentar!
Kenshin e Kaoro em uma das cenas que eu quase morri de tanto chorar

PORÉM, na vida real? Neca! Vontade eu tenho, mas minha garganta se fecha e eu simplesmente não consigo chorar, ai fico meio entalada e com falta de ar. Péssimo.

Até em coisas sérias, como a morte de um namorado importante, aliás, do meu primeiro namorado. Nada. Morte de avó. Nada. Término de namoro. Não. Término de namoro com oito meses de gestação. Não. (Pera ai, não que eu me lembre, um dia eu confirmo)

Mas olha, que gostoso deve ser chorar por estar triste. Que alívio deve ser!

Estou me perdendo (prolixidade é um dos meus males), já que este post existe para eu contar uma das (inúmeras) vergonhas que eu cometi. Estava (praticamente) de penetra em uma formatura e conheci um casal bacana, que começou a contar a estória de seu casamento, e papo vai papo vem (eu já SUPER alta, bebendo uns coquetéis muito lindos, cheios de fruta dentro e flertando com o garçom para colocar mais vodca já que aquilo era bebida de criança), quando eles chegaram na parte que dois meses depois do casamento o sogro tinha morrido e que dois meses depois disso descobriram que a esposa (filha do tal sogro) estava com câncer, e a batalha dos dois, com muito amor, para vencer a doença... eu tive uma CRISE de choro tão medonha, que assustei os dois.

NOOOOOSSA! Ai comecei um discurso de como mundo estava sem amor, que o verdadeiro amor é isso, que eles seriam abençoados, que se eu pudesse fazer algo por eles, eu faria em qquer tempo, que eu admirava eles, ai começaram os abraços (regados à lágrimas).

Gente, bom deixar claro para quem não me conhece, que eu sou seca. Fria, até. Não encosto muito nas pessoas (fora no Filhote, que eu beijo e mordo direto), e quando encosto normalmente é para algum tapinha, beliscão... não sou mesmo carinhosa (misteriosamente só sou carinhosa com pacientes). Outra coisa, dificilmente eu gosto de alguém de cara, não sou de simpatizar com pessoas facilmente e, quando, simpatizo guardo para mim. Essa coisa de chorar, abençoar ( essa palavra nem existe no meu vocabulário !!!), e abraçar estranhos dizendo que eu faria o que pudesse por eles e desejar toda a felicidade do mundo em alto e bom tom, NÃO FAZ O MEU ESTILO.

Nem preciso dizer que depois fiquei meses sendo sacaneada pelas amigas que estavam comigo, né? Nessa horas é bom ter mudado de cidade.

3 comentários:

Alexandre Lancaster disse...

Olha, você vai me desculpar mas dessa vez não foi culpa de suas amigas.

Amigo também serve para tirar sarro. :D

Diana Bitten disse...

Nem me fale! Depois desse porre (que eu nunca irei revelar a estória integral) eu nunca mais fiquei tão bêbada na rua.

É, eu mereço ser sacaneada.

Abços!

PS: Até agora nada de Hajime no Ipo... :$ (mas se serve de desculpa, isso assombra os meus pensamentos constantemente rsrs)

Laura disse...

E eu estava lá em algumas dessas crises de choro. huahuahuahauhau Mas aqui, eu não posso falar nada, eu sou capaz de chorar até em comercial!!!